quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Cientistas criam fórmula para prever divórcios

Sentimento e lógica não ficam de lados tão opostos quanto se imagina. Pelo menos é o que pensam dois pesquisadores norte-americanos que desenvolveram um modelo matemático para analisar o risco de fracasso de um relacionamento.

"E nós não tínhamos idéia de como analisar os casamentos de longa duração e os casais que se divorciavam."

A técnica, elaborada pelo psicólogo John Gottman e pelo matemático James Murray, ambos da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, já foi testada em mais de 600 casais ao longo de 20 anos. De acordo com os cientistas, em 94% dos casos foi possível prever o divórcio dos casais com cinco anos de antecedência.

Casais submetidos ao teste devem primeiro preencher um questionário para identificar seus tipos de personalidade. Eles então são ligados a um equipamento para monitorar respostas físicas e emocionais durante discussão sobre algum assunto controverso, como dinheiro, por exemplo. 

Para elaborar o modelo, Gottman e Murray utilizaram como matéria-prima registros em vídeo de centenas de discussões entre casais.

O resultado foi quantificado sob uma fórmula entre interações positivas e negativas. Os cientistas atribuíam um ponto por interação positiva e retiravam um ponto por interação negativa. Além disso, analisavam as expressões faciais e as pulsações cardíacas das pessoas.

De acordo com os pesquisadores, todos os casais com proporção inferior a cinco pontos positivos contra um negativo estão ameaçados. "A fórmula mágica é cinco pontos positivos contra um negativo", explicaram os especialistas.

Segundo os pesquisadores, as conversas refletem problemas fundamentais de um casal.

Segundo Gottman:

"Quando pessoas que vivem um casamento feliz conversam sobre assuntos importantes, eles podem não concordar, mas eles riem, brincam e mostram sinais de afeição porque têm relações emocionais".

"Mas muita gente não sabe como se relacionar ou como usar senso de humor nessas situações, e isso significa que a maioria das brigas acontece porque falta conexão emocional. Nós não saberíamos isso sem o modelo matemático".

"Muitas pessoas não conseguem estabelecer essa ligação ou criar um certo sentido de humor".

O especialista ressalta a importância das expressões faciais, como a expressão de desprezo, considerada por ele "o ácido sulfúrico do amor".

Também o ritmo cardíaco é importante em uma discussão conjugal. "Acima de 100 pulsações por minuto, o organismo começa a produzir adrenalina, o que torna uma pessoa menos receptiva [aos argumentos da outra]", explicou Gottman e acressentou:

"O que estamos tentando fazer é realmente entender como funcionam as relações amorosas. E assim podemos ajudar as pessoas a construir seus romances e paixões".

Salientamos que o segredo foi quantificar a proporção de interações positivas e negativas durante as conversas. O trabalho foi apresentado no congresso anual da AAAS (Associação Americana para o Progresso da Ciência, na sigla em inglês).


 Autor da Imagem: Desconhecido

 
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Referência:
 
Site: Matematiquês
Site: Terra (Notícias)

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